sexta-feira, março 30, 2007

Paul Verlaine


Paul Marie Verlaine nascido em Metz a 30 de Março de 1844 é considerado um dos maiores e mais populares poetas franceses.

O seu lirismo musical e evanescente exerceu influência decisiva no desenvolvimento do simbolismo e abriu novos caminhos para a poesia francesa. Com Mallarmé e Baudelaire, Verlaine compõe o grupo dos chamados poetas decadentes, ou poetas malditos.

Filho de um militar abastado, estudou no Liceu Bonaparte - hoje Condorcet - de Paris e mais tarde conciliou o trabalho numa companhia de seguros com a vida boémia nos círculos literários parisienses. Nos seus primeiros livros, Poèmes saturniens (1866) e Fêtes galantes (1869), ouvem-se ecos do romantismo e do parnasianismo.

Em 1870 casou com Mathilde Mauté, de quem veio a ter um filho mas, em 1872, Verlaine abandonou-os para iniciar, com o jovem poeta Arthur Rimbaud, 10 anos mais novo, uma turbulenta ligação sentimental que os levou a percorrer vários países europeus. O relacionamento teve um final abrupto em Bruxelas, em 10 de Julho de 1873, quando Verlaine feriu o amigo com um tiro de revólver e foi condenado a dois anos de prisão.

Libertado, Verlaine tentou, em vão, reconciliar-se com Rimbaud. Viveu no Reino Unido até 1877, quando regressou à França. Datam desses anos dois magníficos livros de poesia, Romances sans paroles (1874) e Sagesse (1880).

Sem Rimbaud e tendo fracassado nos esforços que fez para recuperar a esposa e levar uma vida retirada, Verlaine recaiu no mundo da boémia e do alcoolismo.

Na fase final de sua vida, o poeta esgotou-se e o homem degradou-se. Apesar da celebridade e do respeito das novas gerações que o consagraram como o "Príncipe dos Poetas", acabou os seus dias miseravelmente, perambulando de hospital em hospital e de café em café, até sua morte em 8 de Janeiro de 1896.


C'est l'extase langoureuse,
C'est la fatigue amoureuse,
C'est tous les frissons des bois
Parmi l'étreinte des brises,
C'est, vers les ramures grises,
Le choeur des petites voix.

O le frêle et frais murmure!
Cela gazouille et susurre,
Cela ressemble au cri doux
Que l'herbe agitée expire...
Tu dirais, sous l'eau qui vire,
Le roulis sourd des cailloux.

Cette âme qui se lamente
En cette plainte dormante
C'est la nôtre, n'est-ce pas?
La mienne, dis, et la tienne,
Dont s'exhale l'humble antienne
Par ce tiède soir, tout bas?

Paul Verlaine

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom!
Muito interessante, francamente não conhecia a história deste poeta.
Abraço

GMaciel disse...

Começo por confessar a minha ignorância, conheço o nome, mas não a obra.
Mais uma excelente dica para a minha cultura geral, pois vou pesquisar mais sobre ele.
A isto se chama um "serviço público, Lino!
:)
jocas

lino disse...

Obrigado, Graça.
:)
Jocas