domingo, março 04, 2007

O sepulcro
Jesus volta a estar na berlinda. Agora é um documentário cinematográfico, assinado pelo mesmo realizador de Titanic, que tenta pôr em questão o que há de verdadeiramente essencial no Cristianismo, a ressurreição de Jesus. O argumento de peso a favor desta hipótese mirabolante, apresentada com todo o ar de tese, pelo menos no pensar-dizer da publicidade mundial que está a ser feita ao documentário é este: foi encontrado em Jerusalém um túmulo do século primeiro com restos de humanos que podem muito bem ser duma família judia. Os nomes inscritos no túmulo constam do Novo Testamento e remetem-nos para a possibilidade de serem da família de Jesus, inclusive, de um filho de Jesus e de Maria Madalena, chamado Judas. É logo de suspeitar que o “picante” em toda esta estória não residirá tanto no "facto" ressurreição de Jesus poder ser definitivamente posto em causa, ao jeito de quem diz: se existe um túmulo com restos mortais de Jesus e familiares de Jesus, isso é a prova provada de que Jesus, afinal, não ressuscitou. (Vejam só que argumento mais bobo, este, como se a ressurreição de Jesus pudesse ser entendida como a simples reanimação do cadáver de Jesus, quando ela o que pretende é revelar/anunciar uma dimensão totalmente outra de Jesus crucificado, que o Templo e o Império que o mataram nem sequer são capazes de suspeitar, muito menos reconhecer). O “picante” em toda esta estória estará em querer saber se Jesus andou ou não perdido de amores com Maria Madalena, se ambos chegaram a casar e se, inclusive, tiveram um filho. O Código Da Vinci foi, se bem se lembram, o maior divulgador desta delirante hipótese, o que garantiu ao seu hábil inventor, Dan Brown, milhões e milhões de dólares de lucro e deixou um enorme amargo de boca nos milhões de incautos em todo o mundo ocidental que caíram no engodo e correram a comprar e a ler o seu romance como se de um livro de história se tratasse, e só depois é que se deram conta de que, afinal, haviam sido levados e bem levados, porque tudo aquilo não passa de um romance, uma obra de ficção. Viram-se então na desconfortada situação dos hilariantes “apanhados” televisivos. Só que aqui com graves danos morais e emocionais para as inúmeras vítimas desta sofisticada versão século XXI do conto do vigário.
Este testemunho do Padre Mário de Macieira da Lixa merece ser lido por todos, crentes ou não crentes. Devido à extenção do documento, recomendo a sua leitura no Diário Aberto do Padre Mário.

2 comentários:

GMaciel disse...

Bom, por acaso e em relação ao livro de Dan Brown, não foi ele o "inventor" da rocambolesca teoria do casamento de Jesus e de uma linhagem sua, Dan Brown apenas teve olhinhos e seguiu estórias dispersas fomentadas por um "auto-afirmado" herdeiro dessa linhagem, um esquizofrénico francês do qual não me lembro agora o nome.
Quanto ao filme, vai ser um sucesso de bilheteira, quer pelo assunto que aborda, quer pela controvérsia que gerará, e se tivermos em conta a fraca trama e a pepineira que foi "Titanic", está-se mesmo a ver que vai ser outro gato por lebre.
abraço

lino disse...

Graça:
Não sei se irá passar em Portugal, pois trata-se de um documentário para a National Geographic. Se der na televisão a horas decentes, ainda sou capaz de ver. No cinema, nem pensar.