domingo, março 11, 2007

Antes que seja tarde Amigo, tu que choras uma angústia qualquer e falas de coisas mansas como o luar e paradas como as águas de um lago adormecido, acorda! Deixa de vez as margens do regato solitário onde te miras como se fosses a tua namorada. Abandona o jardim sem flores desse país inventado onde tu és o único habitante. Deixa os desejos sem rumo de barco ao deus-dará e esse ar de renúncia às coisas do mundo. Acorda, amigo, liberta-te dessa paz podre de milagre que existe apenas na tua imaginação. Abre os olhos e olha abre os braços e luta! Amigo, antes da morte vir nasce de vez para a vida. Manuel da Fonseca No 14º. Aniversário da sua morte (in Poemas completos, Forja Editora, 1975)

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo.

GMaciel disse...

De facto, lindo. Isto sim, é poesia, Lino.
beijos