sábado, março 10, 2007

Domingos Sequeira

Domingos António de Sequeira, nascido em Lisboa a 10 de Março de 1768 e falecido em Roma a 7 de Março de 1837, foi o pintor mais notável do seu tempo, não só de Portugal como de toda a Europa.

Após vários anos de estudos de pintura em Portugal, a rainha D. Maria I, por recomendação do marquês de Marialva, seu vizinho e apreciador, concedeu-lhe uma pensão anual para que fosse aperfeiçoar-se para Roma (cidade das artes da época), onde já se encontravam vários artistas a estudar, enviados pelo Intendente Pina Manique.

Estes estudantes constituíam a Academia Portuguesa, organizada de acordo com a Academia de Medicis e Domingos Sequeira para lá foi em 1788, apenas com 20 anos mostrando-se, desde o início, aluno distintíssimo.

Em 1789 foi estudar com António Cavallucci, um dos mestres de uma nova escola de pintura que se afastava completamente da escola convencional. Após aturado trabalho, em 1791 obteve o primeiro prémio da prestigiada Academia de São Lucas, onde foi admitido como académico emérito em 1794, apenas com 26 anos de idade.

Regressado a Portugal em 1795, teve vários dissabores e retirou-se para a serra do Buçaco, donde passou para o convento da Cartuxa de Laveiras, onde estava disposto a professar, até que em 1802 o príncipe regente (futuro D. João VI) o nomeou primeiro pintor da corte, encarregado de dirigir, com Vieira Portuense, as decorações artísticas do Palácio da Ajuda


Com as invasões francesas, relacionou-se com oficiais às ordens de Junot, para os quais executou várias encomendas, e pintou mesmo para o general o quadro ao lado, intitulado Junot Protegendo Lisboa. O pintor foi julgado por este quadro, tendo estado preso durante 8 meses no Limoeiro, entre o noite de Natal de 1808 e princípio de Setembro de 1809.

Com a contra-revolução absolutista de 1923 (Vila-Francada), Domingos Sequeira teve receio de ser novamente preso e partiu para Paris. Ali, privado de recursos financeiros, trabalhou incansavelmente, tendo exposto no Louvre A Morte de Camões (quadro desaparecido no Brasil), obra que lhe mereceu a medalha de ouro e a colocação entre os pintores românticos mais representativos, ao lado de Eugène Delacroix.

Em finais de 1926 viajou para Roma, onde viveu o resto da sua vida e pintou, pelo menos, 14 quadros mundialmente famosos.

Em Portugal - Dicionário Histórico, encontra-se um extensa entrada sobe Domingos Sequeira.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante!
Abraço!

GMaciel disse...

Para além da escolha criteriosa de assuntos, é um facto que aprendemos sempre que aqui vimos. Excelente trabalho, Lino, na divulgação da nossa cultura e dos seus maiores expoentes.
Fazes mais pela cultura do que o Ministério da dita. :(
:)
beijos