How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
segunda-feira, março 26, 2007
É bom não esquecer
Tenho estado sem acesso à rede até agora, mas soube, de madrugada, pela minha filha indignada, que o vencedor do concurso do canal público tinha sido o mesquinho ditador de Santa Comba. Sinto compaixão dos que nele votaram. Porque só podem ser lacaios sem patrão ou escravos que não sabem gozar a liberdade que outros lhes conqistaram, muitos com sacrifício da própria vida. Porque sou bastante tolerante, mesmo para com aqueles que o não são, dedico-lhes esta trova cantada pelo Adriano Correia de Oliveira:
Trova do Vento que Passa
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
minha pátria à flor das águas
vi minha pátria florir
verdes folhas verdes mágoas.
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre
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2 comentários:
Por muito que repitamos que é SÓ um concurso, que NÃO TEM significado, o mmeu sentimento é de incredulidade e de tristeza. Nos 2 primeiros lugares ficaram 2 indivíduos com uma visão despótica e ditatorial do estado.Um exerceu esse poder durante 40 anos, o outro combateu esse poder em nome de um semelhante. Que triste país o nosso!
Realmente... e pensar que fiquei a assistir!
Mas tenho que concordar com alguem que por la andava a defender um grande Rei: nestas coisas só votam os extremistas... quem acredita muito numa coisa, por mais triste que seja.... nos diz que disse que este ou aquele ia ganhar... vai daí, os "loucos" que apoiam o dito "vencedor" como extremistas que são, foram votar ainda mais!
41%? como é possivel... Há quem não goste mesmo da liberdade... não votam, não ligam e ainda elegem como o maior dos Portugueses o Ditador que tivemos!
Serviço Público? Será.... mas neste momento, não meu! Muito Obrigada!!!
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