“Quem anda à chuva, molha-se” e “apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo”, são ditados portugueses que assentam como uma luva ao candidato republicano à presidência dos Estados Unidos e ao novo herói da direita estado-unidense, um tal “Joe the Plumber”.
Samuel Joe Wurzelbacher era, até há uma semana, um modesto operário funileiro que vive nos arredores de Toledo, no Ohio mas, no passado fim de semana, interpelou Barack Obama durante uma visita para se queixar das propostas do candidato democrata sobre impostos, perguntando-lhe se acreditava no sonho americano e afirmando que estava consternado com a perspectiva de ter de pagar impostos mais elevados como dono de um pequeno negócio.
Com a cobertura mediática que rodeia a campanha, o Joe tornou-se uma estrela dos republicanos, de tal forma que McCain o citou vezes sem conta (houve quem contabilizasse pelo menos duas dúzias de referências) no último debate entre candidatos, mais parecendo que o Joe the Plumber tinha substituído Palin na corrida à vice-presidência.
Mas, segundo outro velho ditado, “não há bela sem senão” e a nova estrela passou a ser alvo de um escrutínio cerrado que veio revelar algumas coisas interessantes. Afinal, Joe nunca teve uma licença de picheleiro, a qual é obrigatória para exercer a profissão em Toledo e nos municípios vizinhos, não pertence à Associação dos Picheleiros Unidos local, nunca completou um curso de aprendizagem e não pertence ao sindicato dos picheleiros, que apoia Obama. Além disso, de acordo com especialistas em impostos, não é provável que, quer os seus impostos pessoais quer os do negócio onde trabalha, vejam os seus impostos aumentar, antes pelo contrário. Como Joe trabalha com o dono de uma pichelaria que apenas tem os dois como empregados, mesmo que o rendimento do negócio, após despesas, fosse dividido pelos dois, ambos veriam os seus impostos baixar.
Pelos vistos, a expressão de McCain na fotografia acima é mais provocada pelo mentir do que pelo coxear. É que o picheleiro saiu-lhe pior do que o José e a Maria ao Portas.
3 comentários:
Olá Lino
Tb achei que o Joe Americano tramou a fase final da campanha
O John está mesmo a ir pelo cano e não há "plumber" que o safe.
Não há já sequer um esgar de aflição que o livre de triste figura, não... e ainda bem. (Espero eu, que, como tenho dito, ali com os vizinhos americanos, nestas andanças de eleições, até ao lavar dos cestos, nunca se sabe que vinho de lá sai...)
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