segunda-feira, outubro 20, 2008

Discriminação Os estrangeiros que sejam portadores do vírus da SIDA (ainda) não podem entrar nos Estados Unidos, o que coloca o país “exportador” da democracia e dos direitos humanos na interessante companhia da Arábia Saudita, da Líbia e do Sudão. A proibição surgiu no fim dos anos oitenta, no meio da histeria e falta de informação que rodeou o aparecimento do HIV/SIDA. E, apesar de, pouco tempo depois, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) ter reconhecido que o vírus não se transmitia através de contactos sociais, o medo irracional levou a que o Congresso transformasse a proibição em lei. Como consequência, refugiados, investigadores e estudantes seropositivos têm sido proibidos de entrar nos Estados Unidos, o que levou a que, durante 15 anos, não se realizasse no país nenhuma conferência científica importante sobre HIV/SIDA. Acresce que mesmo os estrangeiros que têm autorização de residência, se contraírem o vírus vêm ser-lhes automaticamente negado qualquer pedido de cidadania. Ainda há pouco tempo li um artigo de um escritor inglês, residente legalmente nos Estados Unidos há mais de 20 anos, que diz não conseguir obter a cidadania apesar de ser um dramaturgo muito representado porque, entretanto, contraiu o vírus. No fim de Julho, O Congresso acabou com a proibição para os estrangeiros seropositivos que queiram visitar os Estados Unidos ou emigrar para lá, mas tudo continua na mesma pois o HHS ainda não teve tempo de (ou não quis) rever as regras. Assim vai o país das liberdades no final de 2008.

1 comentário:

jrd disse...

É sempre tempo.

Veremos se estará para breve a inversão desta e doutras situaç~oes iníquas.
Abraço