terça-feira, abril 22, 2008

A arma decisiva da elite dominante


…Só há duas formas possíveis de evitarmos ter um mundo de 10 mil milhões de pessoas. Ou a actual taxa de natalidade desce rapidamente, ou a actual taxa de mortalidade tem de subir. Não há outra forma. Há, claro, muitas maneiras de subir as taxas de mortalidade. Numa era termonuclear, a guerra pode consegui-lo de forma rápida e decisiva. A fome e as doenças são a tradicional forma da natureza regular o crescimento populacional, e nenhuma delas desapareceu de cena… Em termos simples: o crescimento excessivo da população é o maior obstáculo ao avanço económico e social das sociedades em vias de desenvolvimento.” - Discurso de Robert McNamara, perante o Clube de Roma, 2 de Outubro de 1979

A sobrepopulação e o rápido crescimento demográfico do México são, hoje em dia, uma das maiores ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos. A não ser que a fronteira EUA-México seja selada, ficaremos com mexicanos até ao pescoço para os quais não arranjamos empregos.” - Robert McNamara, na época, presidente do Banco Mundial, 19 de Março de 1982

As propostas genocidas veladas de McNamara foram feitas há trinta anos, dando eco ao medo das ‘grandes massas’ por parte de ricos e privilegiados quando ‘sobrepopulação’ era o tema de que se falava. Por isso não mudou muita coisa, pois não? Estamos mais uma vez a ouvir as mesmas mensagens serem difundidas pelas elites dominantes e pelos seus profissionais da persuasão, os 'spin doctors'. Os prantos de medo de McNamara de estar cheio de mexicanos até ao pescoço são comparáveis ao que se passa na Europa, só que agora são africanos.

A análise de William Bowles, que pode ser lida no original ou em tradução portuguesa de Alexandre Leite para a Tlaxcala.

2 comentários:

jrd disse...

Quem semeia ventos colhe tempestades. Quem semeia a exploração colhe explorados.

éme. disse...

Mas, é como diz mesmo o jrd, mas...

Só quando formos muitos seremos alguém, ouvi, em tempos, numa canção! e não há pior ausência que um baixar dos braços e pouco fazer... valham-nos estas, as palavras.

E a consciência de sermos por aí, espalhados em tantos cantos: Alguém!
Que vê e grita,
Que escreve e dessa escrita - nasce Acção.