quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Soneto de Quarta-Feira de Cinzas Por seres quem me foste, grave e pura Em tão doce surpresa conquistada Por seres uma branca criatura De uma brancura de manhã raiada. Por seres de uma rara formosura Malgrado a vida dura e atormentada Por seres mais que a simples aventura E menos que a constante namorada Porque te vi nascer de mim sozinha Como a noturna flor desabrochada A uma fala de amor, talvez perjura. Por não te possuir, tendo-te minha Por só quereres tudo e eu dar-te nada Hei de lembrar-te sempre com ternura. Vinicius de Moraes

2 comentários:

Anónimo disse...

O Grande Vinicius de Moraes!
Abraço!

GMaciel disse...

E o que dizer do grande Vinicius?
Apenas isso mesmo, que é grande!