quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O Manifesto Em 21 de Fevereiro de 1848 foi publicado pela primeira vez, em Londres, aquele que é, historicamente, um dos tratados políticos de maior influência mundial. O Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto faz uma dura crítica ao modo de produção capitalista e à forma como a sociedade se estruturou através desse modo de produção, sugerindo um curso de acção para uma revolução socialista. A sociedade sonhada por Marx e Engels nunca foi alcançada, apesar das várias tentativas no decurso do século e meio que se seguiu à publicação do manifesto. Mas a sua obra influenciou milhões. Apesar da imagem distorcida que dele se tem querido passar. Vejamos o que o diz um filósofo português actual, não marxista, na análise, publicada na Crítica, à tradução portuguesas da biografia Karl Marx, de Francis Wheen, publicada pela Bertrand Editora em 2003: "A autoridade intelectual de Marx manifestou-se logo desde a sua juventude... Marx tinha o dom da palavra, o aspecto e o tom de quem tem autoridade e uma visão superior das coisas. Mesmo os seus mais contundentes inimigos lhe reconheciam estas qualidades. Todavia, era um homem cuja "violência" se esgotava nas palavras. Na verdade, era extremamente dedicado à sua família e amigos, sendo extremamente bem-humorado e sempre disposto a passar um serão ou uma tarde a brincar com os seus filhos, que ele adorava acima de tudo." E termina: "A vida e obra de Marx merecem uma reapreciação. A primeira, para demonstrar que Marx não era nem um Iluminado nem um Demónio, mas apenas um pensador como qualquer outro. A segunda, porque no estado de desertificação actual quanto a modelos alternativos de sociedade, as suas ideias podem muito bem revelar-se inspiradoras, indicando-nos um caminho a seguir — sem que isso se confunda com qualquer tipo de regime soviético, chinês ou cubano. Uma obra a não perder"

2 comentários:

GMaciel disse...

Excelente e oportuno post, Lino.
De cada vez que se fala em Marx ou Engels, logo nos atiram os exemplos da União Soviética, China e Cuba comunistas, como se tivessem algo a ver com a apologética de qualquer um deles.
Infelizmente, a busca incessante e insaciável do lucro afasta a mais efémera possibilidade de vermos concretizadas as suas ideias, tornando-as uma das mais belas utopias pensadas pelo Homem.
Apesar de tudo, vale sempre a pena lembrar. Valeu mesmo, Lino!
abraço

lino disse...

Obrigado, Graça.
Abraço.