domingo, maio 17, 2009

Desmantelo Azul Então pintei de azul os meus sapatos por não poder de azul pintar as ruas depois vesti meus gestos insensatos e colori as minhas mãos e as tuas Para extinguir de nós o azul ausente e aprisionar o azul nas coisas gratas Enfim, nós derramamos simplesmente azul sobre os vestidos e as gravatas E afogados em nós nem nos lembramos que no excesso que havia em nosso espaço pudesse haver de azul também cansaço E perdidos no azul nos contemplamos e vimos que entre nascia um sul vertiginosamente azul: azul. Carlos Pena Filho* *poeta brasileiro

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