quinta-feira, abril 09, 2009

Memórias de Adriano Não, não se trata do romance de Marguerite Yourcenar, que viaja pelos meandros do imperador romano Adriano, mas do “nosso” Adriano, lutador antifascista e cantor de eleição, de quem estaríamos a celebrar o 67º aniversário se a malfadada velha da foice e nariz adunco não lhe tivesse ceifado a vida aos 40 anos. Levou-lhe o corpo, mas ficaram connosco a memória, a voz e, entre muitas outras pérolas, As mãos: As mãos Com mãos se faz a paz se faz a guerra. Com mãos tudo se faz e se desfaz. Com mãos se faz o poema - e são de terra. Com mãos se faz a guerra - e são a paz. Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra. Não são de pedras estas casas, mas de mãos. E estão no fruto e na palavra as mãos que são o canto e são as armas. E cravam-se no tempo como farpas as mãos que vês nas coisas transformadas. Folhas que vão no vento: verdes harpas. De mãos é cada flor, cada cidade. Ninguém pode vencer estas espadas: nas tuas mãos começa a liberdade. Manuel Alegre/Adriano Correia de Oliveira

2 comentários:

Luis Portugal disse...

Olá Lino
Gostei deste texto e poema, parabéns!
Ainda recordo quando os parentes de Adriano Correia de Oliveira passavam pela "minha" aldeia numa charret de cavalos. Eles têm família em Esposende.
Amigo, uma Santa Páscoa com muita saúde.
Abraços

mdsol disse...

Boa Páscoa!
:)))