quarta-feira, abril 04, 2007

e...outro grande português














Morreu jovem, há 15 anos, a 4 de Abril de 1992. E provavelmente amargurado, pelo facto de a sua acção não ter sido reconhecida como merecia.

Chamava-se Fernando José Salgueiro Maia e tinha apenas 29 anos quando, pelas 3H30 do dia 25 de Abril de 1974, a porta de armas da Escola Prática de Cavalaria (EPC) , de Santarém, foi atravessada por uma coluna sob o seu comando, composta por dez viaturas blindadas, doze de transporte, duas ambulâncias, um jipe e uma viatura civil de exploração. Objectivo principal: Toledo ou, descodificando, o Terreiro do Paço (em Lisboa) e os seus ministérios.

Foi ele que, na Rua do Arsenal, avançou a pé e sozinho, de braços erguidos e agitando um lenço branco, em direcção aos blindados pertencentes às forças fiéis à ditadura, comandadas por um brigadeiro. Para seu bem e de todos nós, os operacionais dos blindados não obedeceram às ordens de fogo dadas pelo brigadeiro em pânico.

Tomado o Terreiro do Paço, dirigiu-se ao quartel da GNR no Largo do Carmo, onde Caetano se tinha refugiado. Deu ordem de rendição, foi dialogar com Caetano e, depois, esperou que Spínola fosse colher os louros.

Como sublinha Carlos Loures em Vidas Lusófonas, “tudo se pode resumir a uma breve legenda: Salgueiro Maia, soldado português que à frente de 240 homens e com dez carros de combate da EPC avançou em 25 de Abril de 1974 sobre Lisboa, ocupou o Terreiro do Paço levando os ministros de um regime ditatorial de quase 50 anos a fugir como coelhos assustados, cercou o Quartel do Carmo obrigando Marcelo Caetano a render-se e a demitir-se. Atingiu o posto de tenente-coronel, recusou cargos de poder. É o mais puro símbolo da coragem e da generosidade dos capitães de Abril”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Grande Homem sem dúvida! Pena ter morrido tão novo!

abraço

GMaciel disse...

Grande, grande... como só os homens modestos conseguem chegar a ser.
Salgueiro Maia é um ícone do 25 de Abril e de tudo o que de bom houve numa revolução com o mínimo daquilo que hoje se chama de "danos colaterais". Pena que as gerações pós-25 de Abril o desconheçam.
jocas grandes, e obrigada por no-lo trazeres à memória.

Anónimo disse...

O GRANDE!
Realmente é triste não terem valorizado e homenageado Salgueiro Maia enquanto era vivo.Mas quem realmente é como Salgueiro Maia era não precisa de grandes ouvações e espalhafatos devido às acções tomadas. Tomou-as porque era o que achava correcto e nada queria em troca, mas merecia e muito!
Abraço

Anónimo disse...

É bom ver que ainda se encontram pessoas que recordam estes grandes portugueses...
Por isso, obrigada!

abraço
ki