sábado, maio 10, 2008

Reféns Nestes últimos dias tenho-me sentido muito em Baixo. Muito mais do que é habitual... Falei com membros da família. Radhee disse-me: “Eles [os Xiítas] estão a lutar uns contras os outros; porque é que estão a bombardear o nosso bairro outra vez?” Ele vive em Adhamiya. E acrescentou: “Nós somos novamente prisioneiros. Não apenas dentro deste gueto, mas dentro das nossas casas. Todos os dias há explosões. Porque é que precisam de atacar-nos? Bagdade está a arder outra vez...Isto nunca vai acabar...” A tia Samira disse: “Layla, peço-te, di-lo ao mundo”. Não percebo porque é que me disse isso, ela não sabe nada acerca do meu blogue. E continuou: “Diz-lhes que não mais podemos suportar isto, não podemos. Que alguém tenha Piedade de nós”. E a ligação caiu. Reféns da violência, da avidez, da brutalidade, de duplas ocupações. Reféns da pobreza, da doença, do desemprego, das fronteiras fechadas e do exílio...Reféns do sectarismo, do chauvinismo, da corrupção...Reféns de desfalcadores, de grupos criminosos, de ladrões, de assassinos, de sádicos, de violadores, de pervertidos e matadores... Todos são culpados. Mais um testemunho da poetisa e sobrevivente iraquiana Layla Anwar, para ler no seu blogue An Arab Woman Blues - Reflections in a sealed bottle....

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