sábado, setembro 01, 2007

Igreja mal frequentada A Igreja a que pertenço está a tornar-se numa instituição mal frequentada. Com efeito, nos últimos anos, para além de todos os escândalos de pedofilia que vieram a lume, mostrando a incapacidade da instituição para preparar e seleccionar, com um mínimo de rigor, os seus ministros, e proteger as crianças que lhe são confiadas por pais de boa fé, tem-se verificado um conjunto de situações que deixam perplexos inúmeros membros de boa vontade e pensamento livre, entre os quais me incluo, a saber: A condenação à “fogueira inquisitorial” de um sem número de teólogos, que culminou com o recente silenciamento de Jon Sobriño; A exibição, como se de um troféu se tratasse, da figura incapacitada e digna de comiseração do papa anterior; A escolha, em golpe palaciano, do “inquisidor” da linha dura para o lugar entretanto deixado vago; Os autos de fé praticados em África, com a queima em massa de preservativos enviados por governos de países ricos e ONG’s para tentar travar o avanço da SIDA; Os esforços para o regresso ao redil dos retrógrados da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que já avisaram que só regressam se toda a evolução pós Vaticano II for revertidada; O anúncio da conversão ao catolicismo de um mentiroso de alto gabarito, cujos ex-governados apodaram, jocosamente e brincando com o seu nome, de “be liar”; A luta sem quartel, travada por dois conhecidos membros do Opus Dei, pelo poder no maior banco privado cá do burgo, que culminou, ontem, com a “degola” do jovem “Isaac” pelo ancião e paiAbraão”; E por último, mas não menos sintomática, a divulgada conversão da inefável vira-casacas Zita Seabra. Parafraseando Cícero, apetece dizer: Quo usque tandem abutere, Ecclesia, patientia nostra?

4 comentários:

Anónimo disse...

Bem visto. Quanto à conversão de Zita Seabra (a qual desconhecia de todo)... não deveria esta ser uma igreja de perdão e amor?

lino disse...

Eu li na Visão, há cerca de um mês.
Claro que esta deveria ser uma igreja de perdão e amor, mas é cada vez mais uma igreja de sepulcros caiados, branquinhos por fora e cheios de podridão por dentro. Era isso que Jesus chamava aos fariseus. Daí a minha referência. Como católico, tenho de acolher todos aqueles que, de boa fé, querem aderir à igreja a que pertenço.Como cidadão, tenho o direito de criticar quando acho que o rei vai nú. Como escrevi na dupla qualidade...

GMaciel disse...

Por essas e outras é que permaneço crente mas afastada de qualquer comunidade religiosa, seja ela qual for.
Creio em Deus, sim, não na Igreja dos homens!

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a graça....
Acredito em Deus, acredito em Jesus, sou portanto cristã.... Só não acredito em nenhuma instituição para promover a minha fé...