terça-feira, julho 03, 2007

An American Prayer


Chamava-se James Douglas Morrison e morreu em Paris há 36 anos, no dia 3 de Julho de 1971. De overdose (segundo testemunho da namorada que, anos mais tarde, teria o mesmo destino, inalou heroína pensando tratar-se de cocaína), de “ataque cardíaco”, segundo o relatório oficial, ou assassinado, como alegam outros. Há, ainda, múltiplas teorias da conspiração, que o dão como vivendo em África, nas Bahamas ou num rancho dos Estados Unidos.

Mais conhecido como Jim Morrison e celebrizado como letrista, compositor e cantor do grupo de culto The Doors, Jim foi também realizador, actor e um poeta prolífico, tendo deixado, na sua curta vida, pelo menos quatro livros de poesia, para além das centenas de poemas musicados e cantados.

Jim Morrison nasceu em 8 de Dezembro de 1943, filho de pais conservadores e rigorosos - o pai seria almirante da marinha dos Estados Unidos e a mãe era funcionária também da marinha. Apesar de ter de mudar frequentemente de escola devido à itinerância de família, foi um estudante dotado em literatura, poesia religião, filosofia e psicologia, entre outras matérias.

Além da ter bebido em toda a “beat generation” – Jack Kerouac, William S. Burroughs, Allen Ginsberg e, principalmente, Michael McClure, de quem foi amigo e que o incentivou a desenvolver a sua arte escrever, de tão impressionado que ficou com a sua poesia – Jim teve fortes influências do filósofo Friedriech Nietzche (a ponto de, após a sua morte, Robby Krieger ter afirmado que “o niilismo de Nietzche matou-o”), de William Blake , Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Charles Mackay, Balzac, Joseph Campbell, James Frazer, Céline e Antonin Artaud. Tendo estudado história da arte e do teatro e introdução ao teatro, escreveu um ensaio sobre À Espera de Godot, de Samuel Beckett, construiu propostas cénicas para a montagem de Gata em Telhado de Zinco Quente, de Tennessee Williams e trabalhou como actor em O Criado, de Harold Pinter.

Entre o lançamento, em Janeiro de 1967, do primeiro álbum do Grupo – The Doors – e o último gravado com Jim Morrison – L. A. Woman - decorreram apenas 4 anos, mas houve mais cinco álbuns, se contarmos com as gravações originais – em 1970 – do An American Prayer, apenas lançado em 1978, vários singles e um duplo ao vivo – Absolutely Live. Uma carreira fulgurante, que marcou a história da musica popular.

Sendo apenas um ano mais novo do que o Jim e tendo tido, na minha adolescência e na fase de adulto jovem, um acesso privilegiado à sua obra, não posso deixar de reconhecer que Jim Morrison foi (e continua a ser) um dos meus artistas preferidos. E vejo, com gosto, que a minha filha ouve os The Doors com prazer (há a discografia completa cá em casa, a maioria em vinil e CD).

Do álbum L.A.Woman,

Riders On The Storm

Riders on the storm,
Riders on the storm,

into this house we're born,
into this world we're thrown
like a dog without a bone,
an actor out alone,

riders on the storm

There's a killer on the road
His brain is squirming like a toad
Take a long holiday
Let your children play
If you give this man a ride
Sweet family will die
Killer on the road

Girl you gotta love your man
Girl you gotta love your man
Take him by the hand
Make him understand
The world on you depends
Or life will never end
Gotta love your man

Jim Morrison/The Doors

2 comentários:

Anónimo disse...

Sem dúvida que foi um grande músico.
As drogas é que foram fatais.
Para mim a melhor música dele é "the end", sempre que a cantava modificava-a e parecia sempre melhor.
Ab

lino disse...

Eu também gosto muito do "The End", que até abre o filme "Apocalipse Now" (o Francis Ford Copolla foi colega do Jim Morrison na UCLA). Mas o poema é muito extenso e a peça é interpretada em 4 ou 5 partes e nem sei se há alguma versão em que surja toda seguida, o que me obrigou a seleccionar outra.
Abraço.