How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
Qualquer semelhança entre este desenho e a campanha do referendo não é pura coincidência.
Amável oferta do autor
terça-feira, janeiro 30, 2007
segunda-feira, janeiro 29, 2007
domingo, janeiro 28, 2007
sábado, janeiro 27, 2007
quarta-feira, janeiro 24, 2007
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segunda-feira, janeiro 22, 2007
domingo, janeiro 21, 2007
sábado, janeiro 20, 2007
sexta-feira, janeiro 19, 2007
quinta-feira, janeiro 18, 2007
quarta-feira, janeiro 17, 2007
terça-feira, janeiro 16, 2007
segunda-feira, janeiro 15, 2007
domingo, janeiro 14, 2007
Há quem diga que é pouco convencional. Há mesmo quem se vanglorie de viver contra todas as convenções. Mas será isso possível? O filósofo Ludwig Wittgenstein ensinava que nossa comunicação não passa de um grande jogo de palavras. Não há relação direta entre palavras e coisas. Palavras são inventadas arbitrariamente. Seu sentido é fruto de uma convenção e tudo depende do uso que fazemos delas. Estabelecem-se, pois, convenções, a partir de algo arbitrário. Há anos numa aula de filosofia em Munique escutei a seguinte história que faz pensar. Havia um professor que após a aposentadoria se entediava muito porque tudo lhe parecia chato e sem graça A mesa era sempre mesa, as cadeiras, cadeiras, a cama, cama, o quadro, quadro. Por que não poderia ser diferente? Os brasileiros chamam a casa de casa, os franceses de maison, os alemães de Haus e os ingleses de home. E resolveu dar outros nomes às coisas já que tudo nessa área é mesmo arbitrário. Assim chamou à cama de quadro, a mesa de tapete, a cadeira de despertador, o jornal de cama, o espelho de cadeira, o despertador de álbum de fotografias, o armário de jornal, o tapete de armário, o quadro de mesa e o álbum de fotografias de espelho. Portanto: o homem ficava bastante tempo no quadro, às nove tocava o álbum de fotografias, se levantava e punha-se em cima do armário para não apanhar frio nos pés, depois tirava a roupa do jornal, vestia-se, olhava para a cadeira na parede, sentava-se no despertador junto ao tapete e folheava no espelho até encontrar a mesa da filha. O homem achava tudo aquilo muito engraçado. As coisas começaram de fato a mudar. Treinava o dia inteiro para guardar as significações novas que dava às palavras. Tudo se chamava de outra maneira. Ele já não era um homem mas um pé, e o pé era uma manhã e a manhã um homem. E continuou a dar significações diferentes às palavras: tocar a campainha diz-se pôr, ter frio diz-se olhar, estar deitado diz-se tocar, estar de pé diz-se ter frio e pôr diz-se folhear. E a coisa ficou então assim: Pelo homem, o pé ficou bastante tempo tocando no quadro, às nove pôs o álbum de fotografias, o pé teve frio e folheou-se no armário para não olhar para a manhã. E o aposentado se divertia com as novas designações que atribuía às palavras. Fez tanto que acabou realmente esquecendo a linguagem comum com a qual as pessoas se comunicam entre si. Quando conversava com os outros tinha que fazer muito esforço porque somente lhe vinham à mente os sentidos que havia dado às palavras. Ao quadro dele, as pessoas chamavam de cama, ao tapete de mesa, ao despertador de cadeira, à cama de jornal, a mesa de quadro e ao espelho de álbum de fotografias. Ria muito quando ouvia as pessoas falarem:"hoje vou assistir o jogo de abertura da copa mundial de futebol" ou "como faz frio hoje". Ria porque não entendia mais nada. Mas o triste da história é que ninguém mais o entendia e ele também não entendia mais ninguém.
Texto publicado no site do autor em 9 de Junho de 2006 e aqui afixado com sua autorização