sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Como os sonhos

De tudo aquilo restou-me um esquecimento
como um perfume transparente e vago.
E assim posso dizer que o respiro
como a um perfume.

De tudo aquilo restou-me um vazio
como um verso, de súbito, esquecido.
E assim talvez de repente o recorde
como a uns versos.

De tudo aquilo restou-me uma lua
secreta, lentamente evaporada.
E assim é possível que uma tarde volte
como a lua.

De tudo aquilo restaram-me sonhos,
sonhos, sonhos, que o tempo esfuma
E já não sei se aquilo foi sequer
como os sonhos.


(poeta colombianos falecido faz hoje 30 anos)

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