quinta-feira, abril 26, 2012

O Fantasma

O que farei na vida - o Emigrado
Astral após que fantasiada guerra -
Quando este Oiro por fim cair por terra,
Que ainda é Oiro, embora esverdinhado?

(De que Revolta ou que país fadado?...)
- Pobre lisonja a gaze que me encerra...
- Imaginária e pertinaz, desferra
Que força mágica o meu pasmo aguado?...

A escada é suspeita e é perigosa:
Alastra-se uma nódoa duvidosa
Pela alcatifa - os corrimãos partidos...

- Taparam com rodilhas o meu norte,
- As formigas cobriram minha Sorte,
- Morreram-me meninos nos sentidos...


(Mário de Sá-Carneiro faleceu faz hoje 96 anos)

1 comentário:

São disse...

Mário, que se acabou por suicidar, mas deixou bons poemas como este.

Boa noite