quarta-feira, abril 11, 2012

BOCA

Irrompe feito Verbo, o pensamento
Pela boca, e na graça de um sorriso
Descobre o nosso olhar um paraíso
Num fulgurante e rápido momento.

Da boca sai o cântico e o lamento;
As lindas rosas da manhã diviso
Na tua boca, e em beijos corporizo
O meu desejo rútilo e sangrento…

Folha revolta, arrebatada palma
Do vento impetuoso da paixão,
A teus pés, caindo-te a minha alma,

Arde em mim, Bem-Amada, a ânsia louca
(Para sentir melhor teu coração)
De colar ao teu seio a minha boca…


(poeta louletano nascido faz hoje 141 anos)

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