sábado, fevereiro 28, 2009

Tarólogos, astrólogos e mitólogos Parece que os portugueses, empresas e particulares, andam deprimidos. E vai daí, o canal público de televisão resolveu pedir perspectivas sobre o futuro a uma taróloga. A jovem Bandarra, manuseando as cartas, previu que o ano de 2009 ia ser mau. Ela até era bonita e simpática, mas eu, que sou velho, gordo e feio, não preciso de cartas nenhumas para prever o mesmo. Chega-me o saber de experiência feito que a recuperação das crises económicas começa onde as mesmas se iniciaram. Por maioria de razão, a primeira crise global apenas regredirá após o caldo de cultura onde começou ter sido devidamente “purificado”. E como o FED prevê o início da recuperação para os finais de 2009, a mesma só chegará a estas bandas lá para os idos de 2010. Do esforço desenvolvido pela televisão pública para divulgar a ciência da “adivinhação do futuro”, ficam-nos, pelo menos, algumas certezas caseiras: É homem e sofre de impotência? Vá ao congresso de medicinas alternativas de Montalegre e emborque uns cálices (ou copos de três, dependendo da minhoca) de uma bagaceira que lá existe chamada “levanta o pau”. Mas não se esqueça de levar uma túnica para vestir e alguém para o conduzir de regresso, pois o tamanho do “coiso” não lhe permitirá vestir calças nem chegar aos pedais da viatura. É mulher e sofre de frigidez? Vá ali à “santa da ladeira”, mas lembre-se de levar uma cesta de pensos “salva cuecas”. É que para lá não se vai a não ser levada, mas no regresso “vem-se” a toda a hora, mesmo sozinha. Sofre de lombrigas, lumbago, erisipela, dor de rins, falta de ar, flatulências, arrotos, mau olhado, espinhela caída, pé de atleta, joanetes, dor de dentes, hemorróidas, tosse, espirros frequentes, comichões, queda de cabelo? O professor Karamba resolve todos os seus problemas. Considera que os seus impostos estão a ser mal empregues na pasmaceira do canal público de televisão? Leia um bom livro ou oiça um bom disco, porque queixar-se ao paquete não resolve nada e a concorrência ainda é pior.

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