segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Diarreia mental Na sua habitual “homilia rasca ” das segundas-feiras no Dário de Notícias, o sacristão contabilista de serviço insurge-se, hoje, contra as censuras feitas por algumas figuras públicas, entre as quais Mário Soares, ao seu chefe mor. Devo dizer que não morro de amores por Mário Soares, em quem apenas votei uma vez, na segunda volta das presidenciais de 1986, realizadas há precisamente 23 anos, por considerar ser o meu dever face às alternativas então em confronto. Mas isso não me impede de o respeitar e de reconhecer que, apesar da sua fraca queda para os números e do seu estilo algo trapalhão, Mário Soares tem uma estatura intelectual e humanista a que João César das Neves nunca poderá aspirar, por mais que acredite em milagres de uma pastora analfabeta ou de um papa polaco. Mário Soares, que sempre se assumiu como ateu - chegando a afirmar “sou ateu, graças a Deus” - é o actual presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, e não é por ter chamado cardeal ao arcebispo Marcel Lefèvre que deixa de, muito provavelmente, perceber bem mais de religião do que o JCN, que apenas deve ter estudado a doutrina católica pelo velho Catecismo de Pio X, que era o que vigorava quando ele era catraio; pelo que escreve, nunca terá sequer manuseado o actual Catecismo ou então não percebeu patavina. Contrariamente ao que afirma JCN, não é o Williamson quem tem de ser criticado, pois o que ele afirma é tão cretino que apenas merece comiseração ou mofa, não contestação. Quem deve ser criticado é quem tem reputação de pessoa altamente inteligente e, em cada cavadela, tira um balde de minhocas. Foi isso que Mário Soares fez, ainda que com uma enorme benevolência, a meu ver.

1 comentário:

A. Moura Pinto disse...

Ó Lino, a César o que é das Neves.
O modo como minimiza as coisas - da excomunhão ao seu levantamento -é de uma confrangedora pobreza intelectual.
Uma igreja que recusa o casamento católico a um católico divorciado aje, certamente para César, muito correctamente. Porque, se assim não fosse, grandes seriam os danos para a ICAR. Já aqueles que, objectivamente, deram origem a um cisma, devem ser tratados nas palmas das mãos.
O que deve lixar César é que Williamson não parece aceitar a condição imposta pelo Papa: a de que se retracte quanto ao que afirma sobre o Holocausto. E isto muito por pressão de quem é alemã, luterana, e que se indignou com a postura de tal bispo.
Isso em nada preocupa César. Porque importantes são os pormenores, como isso de ser cardeal ou arcebispo, como se fosse o título a poder justificar o injustificável.
Por isso, a César o que é das Neves, que nunca resistem ao calor.