quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Soneto de Quarta-Feira de Cinzas Por seres quem me foste, grave e pura Em tão doce surpresa conquistada Por seres uma branca criatura De uma brancura de manhã raiada. Por seres de uma rara formosura Malgrado a vida dura e atormentada Por seres mais que a simples aventura E menos que a constante namorada Porque te vi nascer de mim sozinha Como a noturna flor desabrochada A uma fala de amor, talvez perjura. Por não te possuir, tendo-te minha Por só quereres tudo e eu dar-te nada Hei-de lembrar-te sempre com ternura. Vinicius de Moraes

1 comentário:

Estrela da Liberdade disse...

Muito bom mesmo, vou também publicar no meu blog.
Obrigado por seres um resistente em me visitares, a mim que nunca estudei latim e não passo de uma arruaceira.
Um beijo,
Estrela