sábado, novembro 24, 2007

Êxtase Quando vens para mim, abrindo os braços Numa carícia lânguida e quebrada, Sinto o esplendor de cantos de alvorada Na amorosa fremência dos teus passos. Partindo os duros e terrestres laços, A alma tonta, em delírio, alvoroçada, Sobe dos astros a radiosa escada Atravessando a curva dos espaços. Vens, enquanto que eu, perplexo d’espanto, Mal te posso abraçar, gozar-te o encanto Dos seios, dentre esses rendados folhos. Nem um beijo te dou! abstrato e mudo Diante de ti, sinto-te, absorto em tudo, Uns rumores de pássaros nos olhos. Cruz e Sousa* *poeta barsileiro

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