sexta-feira, outubro 26, 2007

A queixa Quando eu era menino - oh mãe - não te deixava; Então nunca sem mim conseguiste sair: Tivestes de ir à rua, e embirrando eu chorava; e ralhavas: "eu volto" e eu: leva-me! quero ir! Pois se eras o meu sol.. Tua ausência enoitava, e a noite era terror... Como à noite sorrir? Mas ante a minha teimosia infantil justa e brava fugia-te, sem mim, o ânimo de partir. Porque naquela vez - na última somente foste só - sem me ver, num protesto veemente chorar como em criança ou com maior pesar? - Mãe! é longe aonde vais? Oh leva-me contigo... Leva... Quero ir lá longe... ir também ao Jazigo... E lá foste a sorrir sem querer me levar! Murilo Araújo* do livro "Carrilhões" (1917) *poeta brasileiro

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