segunda-feira, dezembro 09, 2013

Precisão

O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.


(poetisa brasileira de origem ucraniana, falecida a 9 de Dezembro de 1977)

1 comentário:

Justine disse...

Adivinhamos a perfeição, sem nunca a alcançar...
Belíssimo poema!