Outrora
Outrora
alguém olhou com os meus olhos
E alguém
sentiu também com os meus sentidos.
Alguém foi
Eu em sonhos derruídos
Alguém viveu
de mim ante os teus olhos.
Por isso me
vejo, me conheço
De me ter
visto outrora no meu Eu.
O meu
passado é tudo que adormeço
Tudo o que
envolvo em mim e me esqueceu.
E as minhas
mãos que no teu sonho exaltas
Outrora para
Deus as elevei...
Não tocavam
em Deus, eram mais altas.
Minha
presença é alma que se ausenta
E o meu
passado que ante mim deixei,
Uma cadeira
onde ninguém se senta.
(Alfredo
Guisado faleceu faz hoje 38 anos)
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