quarta-feira, julho 31, 2013

Apelos

(a Paulo Dantas e Gilberto de Hazaña de Godoy)

Pelos varais premidos da favela,
retalhos multicores da penúria
tremulam apontando para a incúria
da farta sociedade paralela.

Poderes insensíveis à lamúria
amargam os efeitos da sequela:
fechando porta e sem abrir janela
são vítimas também da imensa fúria.

Esse contraste traz desequilíbrio
na luta desigual entre o ludíbrio
e a dura realidade da carência.

E nos varais as roupas tremulando
são mãos desidratadas apelando
na busca de conter a violência.


(poeta paraibano que hoje faz 77 anos)

1 comentário:

São disse...

Apreciei este poema, mas Quintana é sempre Quintana...

Abraço, amigo