Os olhos das
crianças
Atrás dos
muros altos com garrafas partidas
bem atrás
das grades de silêncio imposto
as crianças
de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças
vendidas alugadas perseguidas
olham os
poetas com lágrimas no rosto.
Olham os
poetas as crianças das vielas
mas não
pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que elas
pedem é que gritemos por elas
as crianças
sem livros sem ternura sem janelas
as crianças
dos versos que são como pedradas.
(poeta
lisboeta nascido faz hoje 93 anos)
1 comentário:
somemos o grito ao grito do Poeta.
abraço
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