segunda-feira, dezembro 10, 2012

Útero

procurando a tua cabeça: quero acordar-te, devolver-te
ao meu útero, teu colar planetário,
fazer-te regressar ao sangue de olhos fechados e incubadoras,
soterrar o teu nome no meu nome, o teu movimento
no meu santuário faminto,
a minha culpa e aguaceiros no teu desejo indeciso de
beleza e desvios. dar-me-ás o teu azul
para que o meu vermelho denso o golpeie de ocupação e pele,
para que duas solidões
se aconcheguem e tornem uma só. e depois, mais tarde,
numa meia-noite de existência avulsa, dentro de mim
dirás o sexo, o sexo
como arredores de um lugar belo.

Sylvia Beirute

(poetisa farense que hoje faz 28 anos)

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