sábado, setembro 17, 2011


Pérola solta

Sem que eu a esperasse,
Rolou aquela lágrima
No frio e na aridez da minha face.
Rolou devagarinho...,
Até à minha boca abriu caminho.
Sede! o que eu tenho é sede!
Recolhi-a nos lábios e bebi-a.
Como numa parede
Rejuvenesce a flor que a manhã orvalhou,
Na boca me cantou,
Breve como essa lágrima,
Esta breve elegia.


(José Régio nasceu a 17 de Setembro de 1901)

3 comentários:

Flor de Jasmim disse...

lino
As minha lágrimas são os meus gritos em silêncio que ninguém ouve.
Beijo

Manuel Veiga disse...

a lágrima é o sorriso... adiado!

abraços

Justine disse...

Esta "perola solta" não a conhecia - e gostei!