quarta-feira, setembro 29, 2010

Sem outro intuito

Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.


(poeta português que completaria hoje 53 anos, assassinado em Bruxelas em 1995)

1 comentário:

mdsol disse...

Não conhecia.

:)