sexta-feira, setembro 17, 2010

Palavras

Palavras, atirei-as
Como quem joga pedras, lança flores.
Abriram fendas nas areias,
Suscitaram carícias e furores.

Sobre mim recaíram
Pesadas de multíplices sentidos.
Tenho os lábios que um dia as proferiram
E os dedos que as gravaram - já feridos.
Tintas de sangue as restituo aos ventos,
Prestidigitador que sou de sons, palavras.
Dá-lhes novos alentos,
Fogo sonoro que em mim lavras!

Errantes lá pra solidões imensas
Com asas no seu peso, à recaída,
Me tragam, ágeis, densas,
A resposta final que me é devida.

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