sexta-feira, janeiro 08, 2010

Uma EPAL sem vergonha


Fiquei hoje a saber, através do presidente da AMEGA (Associação de Municípios para Estudos e Gestão da Água), que vou ter de pagar mais pela água que consumo, porque a EPAL o vai impor apesar da inflação negativa.

A AMEGA reúne 19 serviços municipalizados de água abastecidos pela EPAL, desde Vila Nova da Barquinha e Torres Novas até Cascais e Sintra, passando pela totalidade dos municípios que formam a área metropolitana de Lisboa a norte do Tejo, e a quase totalidade da água captada pela EPAL provém desses mesmo municípios.

Mais fiquei a saber, pelo também presidente da Câmara de Loures, que a EPAL e Lisboa estão a subsidiar-se à custa dos municípios limítrofes, já que a EPAL vende a água directamente aos clientes de Lisboa a 16 cêntimos por metro cúbico, enquanto vende o mesmo metro cúbico aos municípios pelo módico preço de 47 cêntimos ( 3 vezes mais), obrigando os serviços municipalizados a disponibilizá-la aos munícipes a mais de 50 cêntimos.

Isto significa que as centenas de milhares de pessoas que se deslocam todos os dias para os seu locais de trabalho na capital, ziguezagueando por entre os buracos existentes em tudo o que é rua e avenida, saltitando nos passeios para evitar os excrementos dos cães, tendo de caminhar pelas ruas porque os passeios estão atulhados de carros e tendo de utilizar chapéus para se protegeram da merda dos pombos, têm como recompensa pela riqueza que trazem à cidade (as transferência para os municípios estão relacionadas com os impostos arrecadados pelo estado em cada um) a imposição de subsidiarem a água que os lisboetas - que não têm a mínima responsabilidade no facto - consomem, além dos luxos da própria EPAL, como o pagamento de consultadoria a uma empresa terrorista israelita de que já aqui falei.

A atitude da EPAL é ainda mais obscena por se traduzir numa grosseira manipulação da opinião pública acerca dos custos dum serviço público fundamental, já que em Lisboa toda os munícipes sabem que o preço da água é da responsabilidade da EPAL, enquanto a imensa maioria dos quase dois milhões de habitantes da área abrangida pela AMEGA julga que o preço da água é da responsabilidade das respectivas câmaras municipais, sobre as quais recai o odioso da situação.

6 comentários:

jrd disse...

Se Epal tivesse vergonha, era diferente da EDP, da PT, etc.

jrd disse...

Se Epal tivesse vergonha, era diferente da EDP, da PT, etc.

O Puma disse...

Um dia privatizam o sol

que nunca foi para todos

Manuel Veiga disse...

oportuno texto!como foi referido a Epal não está sozinha neste esbulho..

abraço

Milu disse...

E o pior é que uma pessoa nada pode fazer para além de ter de pagar a factura, para não ficar sem o serviço da água. Esta sensação de impotência até corrói por dentro!

Idaldina Martins Dias disse...

Obrigada, lino, por esta informação. Também pertenço ao município de Loures e lá terei de pagar pois os nossos prestadores de serviços têm a faca e o queijo na mão. Mais uma vez me vem à memória a canção do Zeca Afonso "... eles comem tudo e não deixam nada".
Obrigada pelas visitas ao meu blog e um feliz ano para si.
Beijinhos
Idaldina