terça-feira, janeiro 19, 2010

Quarto interior

Na cómoda algumas gavetas
com os caprichosos guinchos da madeira
não só entoavam sons como aspergiam
o ar de antiquíssima alfazema.
Moviam-se devagar para o regaço,
aceitavam escassamente a luz,
gemiam até estancarem
abertas e exalarem
por fim a plena
onda de aroma.

Fiama Hasse Pais Brandão

2 comentários:

Sofá Amarelo disse...

Com tais palavras Fiama conseguia que o aroma da alfazema nos chegasse mesmo através da escrita...

Mar Arável disse...

Respiro fundo

o teu gesto

e o poema

Abraço forte