quinta-feira, janeiro 07, 2010

A biquinha

Zeca sente muita saudade do tempo de criança. Ele morava numa casa na roça, onde tudo era melhor.

A água era pura, cristalina, trazida diretamente da mina até a porta da cozinha por uma bica feita com um pau oco apoiado sobre algumas forquilhas fincadas no chão. Ela saía da mina e já entrava na bica, para cair lá na frente, limpinha, gostosa, para Zeca pegar para sua mãe, beber ali mesmo ou brincar com monjolinhos.

- Os anos foram passando – conta Zeca – e a bica continuava lá, já meio podre. Um dia ela caiu de vez, mas a água já estava acostumada e continuou saindo da mina, indo até lá na frente pelo ar, como se a bica continuasse existindo, e caindo na porta da cozinha...

Mouzar Benedito

Publicado no jornal digital VIAPOLÍTICA

3 comentários:

jrd disse...

A água é amiga dos homens bons como o Zeca, mas há homens que não são bons e a tratam mal.

O Puma disse...

As belas memórias

da água

Milu disse...

Tão simples e tão bonito!