sábado, janeiro 05, 2008

Contra os Julgadores Este poema tem mais de 300 anos, pois o seu autor, Manuel Botelho de Oliveira, faleceu em 5 de Janeiro de 1711. Mas, mutatis mutandis (o que em português, com evolução semântica por via popular, se pode traduzir por “chamar os bois pelos nomes”), é perfeitamente aplicável ao que se passa, hoje em dia, em Portugal, quer no dito cujo Ministério, quer em tantos outros, não só ao nível dos detentores do mandato popular mas, principalmente, ao nível dos restantes intervenientes, os que estão nos vários níveis da cadeia dos Serviços Públicos (Esmeralda, quem é? Casa Pia, o que é? Corporação dos Juízes, existe? Morrer à espera de um atendimento de urgência, onde se viu? A TLEBS, que quer isso dizer? Deserto ao sul do Tejo, onde? Etc, etc, ect…). Que julgas, ó ministro de Justiça? Por que fazes das leis arbítrio errado? Cuidas que dás sentença sem pecado, Sendo que algum respeito mais te atiça? Para obrar os enganos da injustiça, Bem que teu peito vive confiado, O entendimento tens todo arrastado Por amor, ou por ódio, ou por cobiça. Se tens amor, julgaste o que te manda; Se tens ódio, no inferno tens o pleito, Se tens cobiça, é bárbara, execranda. Oh miséria fatal de todo o peito! Que não basta o direito da demanda, Se o julgador te nega esse direito. Manuel Botelho de Oliveira

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