A Esmo
Eles não
sabem o que fazem:
mas eu fico
aqui
sem saber
sobre o rumo
sem conhecer
a saída
e apalpo o
vazio que intriga
e um peso
morto nos braços.
Vida dentro
da vida, tão lógica
como o
encaixe da peça
e sua
engrenagem de inferno
que mói, que
reduz, que incorpora.
Nós somos
assim - morrendo de medo.
E encenamos
que sabemos que fingimos
sem faixa de
pedestre, enquanto se aproxima
o muro.
Nós somos. A
esmo.
A luz que
sobe agora é de mentira?
O sangue que
percorre é de verdade?
Nasce um sol
à minha frente, que arrisca
uma viagem
suicida, algo que segue
e morre à
tarde, e ficamos
em susto e
contemplação.
Onde está
todo o clarão? Onde está a coragem
que me
queimou toda a vida?
Assim mesmo.
De arremedo.
(poeta
carioca que hoje faz 53 anos)
1 comentário:
Olá. Bonito poema. Cada vez menos sabemos que direção seguir, o futuro nos encolhe a coragem.
Abraço.
Paz e Luz
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