quinta-feira, janeiro 23, 2014

Tempo e Casualidade

Nenhum deus me fez ou sabe.
Houve um gesto; depois,
a involuntária duração do gesto
como um punhado de areia
que se atira para o alto.

O fado é não podermos ver,
a cavaleiro, nossos próprios passos,
esquecermos depressa a semeada
e este germinar à nossa frente.

Muito antes de mim, depois,
a folha, o vento e o movimento
da folha sobre a estrada pelo vento.

Edson Guedes de Morais

(poeta paraibano nascido a 23 de Janeiro de 1930)

1 comentário:

jrd disse...

Seria bom que pudessemos ver o tempo do alto.

abraço