quarta-feira, julho 18, 2012

Tristezas Mortais

Fico-me às vezes a cismar n'aquilo
Que era a minha riqueza idolatrada;
O grande e puro coração tranquilo
Da minha amada.

Foi nesse coração profundo e largo
E tenro como os corações das flores,
Que eu, louco, derramei o pranto amargo
Das minhas dores.

Chorei-lhe ondas de lágrimas no peito
Descrevendo-lhe o horror do meu passado
E a sombria paixão que me tem feito
Tão desgraçado!

E aquele coração tranquilo e doce
Foi-se enchendo de mágoas, e afinal,
Porque era um frágil coração… quebrou-se
Como um cristal!


(poeta monsarense nascido faz hoje 160 anos)

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