quarta-feira, julho 11, 2012

ALGUÉM PASSOU

ALGUÉM passou. E a sua sombra,
como um manto que tomba
de um gesto lânguido ficou no meu caminho.

Ora, o sol já se foi e a noite vem devagarinho.
E no entanto
a sombra continua,
nítida e nua,
atirada na terra como um manto.

Faz frio.
Corre pelo meu corpo um áspero arrepio...
E um desejo me vem, tímido e louco,
de agasalhar-me um pouco
nesse manto de sombra morna...

                                      Mas alguém
volta na noite pálida:
volta para buscar sua sombra esquecida.

É dia. E, pela estrada melancólica e árida,
vai tremendo de frio a minha vida...


(poeta paulista falecido faz hoje 43 anos)

1 comentário:

Benó disse...

Gostei de ler um poeta por mim desconhecido. Um poema triste, um pouco tétrico.