sexta-feira, dezembro 30, 2011

O Pai

1
Um pai morto talvez tivesse
Sido um pai melhor. Melhor ainda
É um pai nado-morto.
Volta sempre a crescer erva sobre a fronteira.
Tem de ser arrancada a erva
Sempre sempre a erva que cresce sobre a fronteira.

2
Gostava que o meu pai tivesse sido um tubarão
E despedaçado quarenta pescadores de baleias
(E eu aprendido a nadar no seu sangue)
A minha mãe uma baleia azul o meu nome Lautréamont
Falecido em Paris
Incógnito em 1871


(escritor alemão falecido em 30 de Dezembro de 1995)

Tradução de João Barrento

2 comentários:

Maria de Fátima Filipe disse...

Belo cantinho de poesia, este.! Pena tenho eu da minha falta disponibilidade para poder desfrutá-lo com mais frequência.

Votos de um Bom e Feliz Ano 2012.

Beijo.

Justine disse...

Estranho poema.Vou "investigar" o poeta, que não conheço...