Nas noites excessivas
Para poderem atenuar a cruel inclinação
das sombras nos alpendres, quando os pátios
virados a sul manobram a direcção dos ventos,
elas partem os vidros de todas as janelas,
como se soubessem o caminho da morte
nas noites excessivas.
E abrem os olhos à lâmina da cegueira
para que os espelhos atravessem a nitidez
da voz enrouquecida de tanta mudez.
(poetisa figueirense nascida a 22 e Novembro de 1946)
2 comentários:
lino
Gostei, mas não conhecia. Obrigada pela partilha.
Beijo
"da voz enrouquecida de tanta mudez." Gostei da figura.
Abraço,
Jorge
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