terça-feira, novembro 29, 2011

A alma das coisas

“Bela esta manhã, sem carência de mito.”
                           Drummond
Bela esta tarde repleta de nuvens,
belo o enredo do amar, em que choram
as chaves do corpo, a alma das coisas.

São alvos os caninos noturnos.
A agonia consciente e inconsciente,
passando ao sol poente.

No azimute, ao norte, a morte.
Bússola que nos orienta.

De tudo que nos é atento
salvam-se os salmos, ramos de pureza,
mágicas canções, a clava dos que oram,
violão nos olhos da aurora.

Lento é o visgo
de quem vive pra dentro.

Joaquim Moncks

(poeta gaúcho)

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