sexta-feira, abril 01, 2011


Arado

Não talho, o leve risco talha
                 a terra
e a garra vira a terra e leva
                 o barro
para a via, via de grama e pedra. 

Nem malho, a fina serra fende
                 o tronco
e a foice corta o tronco e mostra
                 a polpa
para o dia, dia de sol e faca.

Não fundo, o raso corte trilha
                 o solo
e o sulco sulca o solo e rompe
                 o lodo
para o rio, fio de água e musgo. 

Nem brando, o duro aço rasga
                 a carne
e o rasgo marca a face e deixa
                 a terra
para o cio, cio de fêmea e seiva.


(poeta paulista nascido a 1 de Abril de 1933)

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