quarta-feira, abril 13, 2011

O resgate desnecessário de Portugal

Robert M. Fishman não é um Professor qualquer da selecta University of Notre Dame, nos arredores de Chicago, pois, para além do seu vasto currículo de académico e autor (nos campos da democracia e da prática democrática, da política, da cultura e das consequências das desigualdades), está a preparar um novo livro sobre os percursos de Portugal e Espanha nas últimas décadas do século XX, depois de já ter escrito Democracy’s Voices, The Year of the Euro e Working-Class Organization and the Return to Democracy in Spain.

Publicou hoje um editorial no The New York Times onde demonstra que a entrada do FMI em Portugal se deve, exclusivamente, à actuação inqualificável das agências de notação. A peça merece ser lida na íntegra e com atenção (e, já agora, com abertura ideológica q.b., que o homem é estado-unidense), mas deixo aqui os parágrafos finais:



Somente os governos eleitos e os seus líderes podem garantir que esta crise não acaba por destruir o processo democrático. Até agora parecem ter deixado tudo entregue aos caprichos dos mercados de obrigações e das agências de notação financeira.

3 comentários:

Sensualidades disse...

ifelizmente os politicos estao mais procupados em chegar ao poder, do que exercer o poder

Bjinhos
Paula

Sofá Amarelo disse...

Já se sabe o motivo porque Portugal foi atacado, sem apelo nem agravo, alemães e finlandeses acabam de o revelar (e dão-me razão): os países ricos da Europa têm acesso às estatísticas de Portugal, claro, e deixaram de tolerar o tipo de vida que os portugueses - alguns portugueses! - fazem, desde os recordes de marcação de férias no estrangeiro que os portugueses batem todos os meses, aos automóveis topo de gama que circulam por aí, centros comerciais maiores que nesses países, mais telemóveis por habitante que esses países, etc, etc... e num país em que nada se produz... os europeus ricos fartaram-se disto e nem dados nos querem... por "azar" o sucesso do futebol português ainda os deixa mais agressivos!!!

Martita disse...

Hoje quando percorria a baixa reparei que, apesar de Portugal estar na bancarrota, TODA a gente conduz um BMW ou Mercedes ou Audi...
Desculpem... 80% da população... Chegámos à triste situação em que sem dinheiro para comer, continuamos a consumir luxo.
E num país em que o salário minimo é de 450€ alugar um pardieiro em Lisboa custa pelo menos 500€... Aumentar as rendas vai favorecer quem? Destruir o aluguer jovem vai favorecer quem? Certamente não a geração dos 600€ e dos recibos verdes...