segunda-feira, março 16, 2009

Para a fotografia
Parece que o único resultado da reunião do passado Sábado entre os ministros das finanças (e respectivos assessores) dos G20, destinada a preparar a cimeira a realizar em 2 de Abril, foi a fotografia de conjunto. Com efeito, enquanto os Estados Unidos, a Inglaterra e o Japão puseram a tónica nos estímulos dos governos, na esperança de reavivar o consumo, a União Europeia e os europeus continentais mostraram-se desconfiados das medidas de despesa que aumentam o défice e pugnaram por uma maior regulação e supervisão para prevenir uma maior deterioração da economia global. Na minha modesta opinião, ao contrário do que sucede nos Estados Unidos (nada sei do Japão), na União Europeia há regulação mais do que suficiente da actividade financeira e órgãos de supervisão adequados. Parece é que a supervisão anda vendada e ninguém faz cumprir a legislação ou, nas poucas ocasiões em que o fazem, ficam-se por multas pouco mais do que simbólicas, que são aplicadas às empresa, não aos infractores. Quando, nos Estados Unidos, faliram a Enron e a Worldcom, os seus responsáveis levaram entre 15 e 25 anos de prisão. Pelo velho continente, não consta que ninguém tenha sido condenado, antes pelo contrário. Os responsáveis pelo afundanço do Northern Rock, na Inglaterra? Ninguém sabe. O responsável pelos milhares de milhões de perdas do Royal Bank of Scotland? Uma reforma de quase um milhão de euros/ano. Os responsáveis por uma filial na Inglaterra da AIG, que provocaram mais de cem mil milhões de prejuízos? Foram “penalizados” com quase cem milhões em bónus de desempenho - parece que a recompensa por prejuízos gigantescos faz parte dos contratos. Os responsáveis pela insolvência do Hypo alemão? Como diz que disse? Os responsáveis pelas crises do Fortis e do Dexia, que levou à necessidade de intervenção dos governos? Nicles! Face às suas homólogas europeias, até parece que a justiça portuguesa tenta funcionar. Pelo menos há um preso preventivo.