quinta-feira, março 20, 2008

Kosovo, neutralidade e o queijo parmesão Comprovo que o Direito Internacional e a neutralidade são um pouco como o queijo parmesão. Põe-se na massa de acordo com molho com que se cozinhe. Sabemos que com alguns molhos não se põe o parmesão. Se for massa com gambas, a cozinha italiana recomenda que não se ponha parmesão. Se for esparguete à bolonhesa, o parmesão é bem vindo. Com isto quero dizer que, cada vez mais, se invocam a neutralidade e o Direito Internacional quando interessam e se esquecem quando são incómodos”.
Dick Marty Silvia Cattori é uma jornalista independente de nacionalidade suíça e língua materna italiana, com grande compreensão do mundo, dos seus mecanismos de poder e das suas injustiças, compreensão essa adquirida através de estreitos contactos com o meio diplomático e com várias agências da ONU no sudeste asiático e na zona do Índico. Quando, em Abril de 2002, Ariel Sharon empreendeu acções militares em larga escala contra a Cisjordânia ela estava em Israel; preocupada com o efeitos da violência da guerra sobre as crianças, resolveu visitar a Palestina ocupada para ver com os seus próprios olhos o que se estava a passar, descobrindo que superava tudo quanto pudera imaginar. Desde então tem-se dedicado a chamar a atenção da opinião pública para os crimes cometidos pelo exército de ocupação israelita contra as populações indefesas e para as injustiças que as mesmas sofrem, bem como para outras causas similares, como uma leitura dos seus artigos publicados na Rede Voltaire demonstra. Atendendo a que a neutra Suiça integrou o primeiro grupo de países a reconhecer a independência do Kosovo, decidiu entrevistar o seu compatriota Dick Marty, senador do Partido Radical Democrático, na sua qualidade de presidente da Comissão de Política Externa do Conselho dos Estados da Confederação Helvética. O resultado, muito elucidativo, pode ser encontrado aqui em francês ou, se preferir, em castelhano.

1 comentário:

jrd disse...

Tal como no post anterior há os neutrais deles e os nossos.
Ah! E também os neutrais propriamente ditos.