sexta-feira, junho 01, 2007

Vestido azul


Hoje é o Dia Mundial da Criança, instituído pela UNICEF. Mais um dia para que os adultos recordem o que nunca deveriam esquecer e para que se façam muitas promessas. A maioria das quais não passará disso mesmo – promessas.

Nos tempos que correm, não podemos “meter-nos” com uma criança, na rua, sem sermos olhados de soslaio e com receio pelos circunstantes; é difícil falarmos de crianças sem corrermos o risco de ver as nossas conversas gravadas e devassadas em qualquer tribunal; é quase impossível escrevermos sobre crianças sem nos sujeitarmos ao confisco dos nossos computadores.

Por isso, não vou escrever sobre as crianças. Fico-me pela reprodução de um texto que foi enviado já há bastante tempo para a minha caixa de correio electrónico.

Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita.
Ela frequentava a escola local.
Sua mãe não tinha muito cuidado e a criança quase sempre se apresentava suja.
Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.

O professor ficou penalizado com a situação da menina. “Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?”
Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu comprar-lhe um vestido novo.
Ela ficou linda no vestido azul.

Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola.
Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas.

Quando acabou a semana, o pai falou: “Mulher, você não acha uma
vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços?
Que tal você ajeitar a casa?
Nas horas vagas, eu vou dar uma pintada nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.”

Logo mais a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.
Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores , usar pintura e criatividade.
Em pouco tempo o bairro estava todo transformado.

Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxilio das autoridades.
Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários no bairro.

A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra.
Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.
E tudo começou com um vestido azul.

Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro.
Ele fez o que podia, deu a sua parte.
Fez o primeiro movimento que acabou fazendo com que as outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.

Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive?
Por acaso somos daqueles que somente apontam os buracos da rua, as crianças à solta sem escolas e a violência do trânsito?

Lembramos que é difícil mudar o estado total das coisas.

Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada.
É difícil reconstruir um planeta, mas é possível dar um vestido azul.
Há moedas de amor que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento próprio e com bondade.
Você acaba de receber um lindo vestido azul.!!!!!

Autor brasileiro desconhecido

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