terça-feira, setembro 01, 2015

moravagine

Ó jovem, considera a secura
dos trágicos que se perdem em facécias. Não esqueças
que não existe alguma vez progresso
quando o coração petrifica. É
preciso que toda a ciência se
ordene à semelhança dum fruto que
se dependure na ponta de uma árvore
de carne e que amadureça
ao sol da paixão,
histologia, fotografia, campainha
eléctrica, telescópios, pássaros,
amperes, ferro de passar,
etc. – Tudo isto é para deslumbrar a porra da hu-
manidade.

O teu rosto é tão diferente
tão comovente molhado de
lágrimas e pronto a rebentar
de riso.


(poeta suíço nascido a 1 de Setembro de 1887) 

tradução de  Ruy Belo

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